sábado, 30 de junho de 2012

Medidas protetivas não anulam ação de agressores contra mulheres




Muitas mulheres passam por um problema que pode acabar com a vida delas. A agressão dos companheiros quando denunciada gera uma medida protetiva que muitas vezes não adianta de muita coisa. Eles são presos, logo depois soltos e continuam a atormentar as parceiras.Aos 22 anos, depois de ser agredida várias vezes pelo marido, Jamille vive um drama. Mora de favor na casa de uma amiga e passa dificuldades para sustentar a filha de um ano. As marcas da violência estão por todo o corpo. Ela apanhou do companheiro até chegar ao limite. O agressor chegou a ser preso, mas já está solto.

"Eu estou na casa dos outros de favor e ele está solto. Eu pedi para mim e to passando por dificuldade. Pedindo leite, minha filha está sem fralda, tudo pros outros", afirmou a dona de casa Jamille Soares.Uma outra mulher prefere não se identificar porque tem medo do ex-marido. O homem com quem foi casada por 22 anos a persegue desde que ela pediu a separação, há sete anos. Ela usa uma tala no pulso devido a sequela da última agressão que sofreu. Ela acumula boletins de ocorrência na polícia, laudos de DML e remédios. Só os medicamentos conseguem controlar o nervosismo.
Eu não tenho vida, não tenho conseguido comer, dormir. Só através de remédios. E assim, é 24 horas do dia com medo, porque a pessoa fala e pode fazer. E a gente vê todos os dias uma morta, mais uma morta, será que eu vou ser mais uma?", falou.

Assim como essas duas mulheres, muitas vítimas sofrem com a violência doméstica. As estatísticas são alarmantes. Segundo dados da Polícia Civil, na Grande Vitória, até maio deste ano foram registrados 2.744 boletins de ocorrência de agressões contra mulheres, 1.257 medidas protetivas e 379 agressores foram presos em flagrante.
Ao todo, já foram 1.546 inquéritos instaurados. O Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher de Vitória registra outro dado grave: em média 200 medidas protetivas são descumpridas na Região Metropolitana. Mesmo depois de denunciar os agressores, as mulheres continuam em risco.
De acordo com o Núcleo de Combate à Violência Doméstica, para que essas vítimas tenham mais segurança, todo caso de descumprimento de medida protetiva deve ser informado à Justiça, mesmo que se trate de uma ação aparentemente inofensiva do agressor.

"É preciso que um juiz de Direito, tomando conhecimento do pesadelo da mulher, adote medidas mais severas. Através da Defensoria pública ele toma esse conhecimento", falou o defensor público Carlos Eduardo Rios do Amaral.

As vítimas que não veem mais saída e não sabem onde procurar ajuda ainda podem contar com o movimento mulheres em ação. No local elas recebem apoio psicossocial e orientação jurídica. "O importante aqui é o atendimento. É ver essa mulher agregar. Nós queremos agregar valor para que ela também se sinta valorizada e enfrente a sociedade", ressaltou a presidente do Movimento Mulheres em Ação, Tânia Maria Pires

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